Entrevista: Laura Neiva

No auge dos seus 17 anos, a atriz Laura Neiva carrega em sua pequena bagagem muitas histórias e um futuro promissor. A jovem que agora está cursando o último ano do ensino médio, não imaginava que sua vida mudaria tanto depois de receber um simples recado em sua página de relacionamento. Aos 14 anos ela foi convidada por um dos produtores da O2 (a produtora de Fernando Meirelles) para realizar os primeiros testes de um novo filme que ainda estava por vir. O que no inicio parecia ser uma mentira acabou virando verdade e foi assim, num click, que Laura Neiva se tornou a protagonista de Á Deriva, drama do diretor Heitor Dhalia.

Confira a Entrevista:

1 - Você começou sua carreira de uma forma inesperada e atualmente está em cartaz na peça Ligações Perigosas, onde atua pela primeira vez no teatro. Fazendo uma auto critica do seu primeiro trabalho no filme Á Deriva e agora nos palcos, que tipos de mudanças você consegue perceber na sua atuação?

Em Á Deriva eu não pretendia ser atriz. Durante suas filmagens eu não tinha essa previsão de que no futuro iria seguir uma carreira artística. Mas no final, o resultado foi tão bom que eu acabei me interessando, me aprofundei mais nas aulas de teatro entre outras coisas relacionadas. Já no teatro eu tenho outra visão, pois eu amadureci tanto como pessoa quanto como profissional e isso me ajudou bastante. Agora eu aproveito melhor meu tempo no palco e sou mais técnica na hora da atuação.

2 – Como foi a experiência de trabalhar logo de cara com um grande elenco nacional e internacional como Debora Bloch, Vicente Cassel e Camilla Belle? Você já conhecia o trabalho deles?

Foi muito bom, eles são grandes atores. Mas eu costumo dizer que a fama é o resultado do trabalho e da exposição de cada ator, então para mim foi tranqüilo na hora de atuar. Eu não me deixei influenciar pela fama que cada um tem, não ligo muito para isso. Foi uma honra fazer meu primeiro trabalho profissional ao lado deles no cinema e agora com esse elenco no teatro.

3- E eles de alguma forma te ajudaram durante as filmagens?

O filme não tinha ensaio e nem preparação, tinha que ser a coisa mais natural possível. O roteiro foi lido uma vez só para conseguirmos captar a história inteira, aquele momento de cada personagem. Tanto a Débora Bloch como o Cauã Reymond me ajudaram bastante durante as cenas, pois era essencial a naturalidade das situações em si. Foi um aprendizado interpretar com todos eles.

4- O diretor Heitor Dhalia declarou que você foi um tesouro encontrado para o papel de Filipa no filme. Você sentiu alguma pressão com essa expectativa? Ou então pelo fato de ser protagonista pela primeira vez na vida?

Eu não sei como explicar, mas Á Deriva foi o projeto mais natural que eu já fiz ate agora. Não só como profissional, mas como experiência pessoal também. Desde o começo tudo fluía muito bem,as pessoas, a história e a equipe. E mesmo eu sendo a escolhida do Heitor, não teve uma pressão e expectativa nenhuma da minha parte, acho que foi por isso que deu tão certo. Eu estava tranqüila na hora das cenas e no fim eu vi que tinha uma coisinha minha no personagem, o filme mostrou minha passagem também.

5 - Qual foi a parte mais difícil de interpretar a Filipa? Você se inspirou em alguma vivência sua?

A parte mais difícil sem duvida eram os horários de filmagem. Tínhamos que acordar às 4 da manhã e filmar até as 22h. Como a história se passa na praia, as cenas eram todas externas, então não tinha como fingir que era dia. Lá estava tão sol que eu usava protetor solar com o filtro 60 (risos) e ficava debaixo de um guarda sol enorme tudo isso para evitar erro de continuidade. Para interpretar a Filipa minha inspiração foi zero, pois o roteiro foi lido uma vez só e estava tão bem escrito que quando tínhamos alguma duvida perguntávamos para o Heitor Dhalia ou alguém do núcleo de elenco.

6 - Tanto em ligações perigosas como em A Deriva você interpreta uma menina que está em fase de transição, me fala um pouco das suas personagens e da sua relação com elas, já que você também esta nessa fase?

A Filipa é uma menina muito madura para a idade dela, ela é séria, determinada e super decidida. Em Á Deriva, eu só conheci uma parte da história dessa personagem, que justamente estava passando por uma fase de transição. Eu me identifiquei com o jeito que ela distingue o certo do errado, eu sou assim também e sei o que é melhor para mim. Já a Cecile, minha personagem em Ligações Perigosas, apesar de ser mais velha é ingênua e muito vulnerável, ou seja, ela vive numa época em que as opiniões dos adultos são levadas muito em conta. Costumo dizer que ela está construindo seu caráter ainda, mas é muito gostoso interpretar duas personagens de diferentes épocas e maneiras de encarar a vida.

7- Como você lidou com o assunto da descoberta sexual mostrada nesses trabalhos?

Eu não tive problema com isso, pois foi um assunto muito conversado com os meus pais e com os meus empresários. É um tema delicado e por eu ser menor de idade qualquer coisa pode causar um problema maior, os atores também me ajudaram bastante e eles são muito respeitosos e profissionais durante as cenas.

8 – Depois da peça que encerra sua temporada em Abril, você tem planos de continuar atuando?

Meu maior plano é concluir o ensino médio, depois quero fazer um curso de dois anos de Comunicação. Quando estiver no segundo ano desse curso pretendo fazer uma faculdade, só estou meio em duvida entre cinema, radio TV, publicidade

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