Outros Olhos

Continuando com a saga " Trabalhos Acadêmicos", nesse semestre em Pesquisa de Mercado, fomos nos aprofundar no inacreditável mundo daqueles que não podem ver: Os deficientes Visuais. Como todos imaginam, sim, eles conseguem enxergar. E sim de novo, a grande parte deles tem uma sensibilidade incrível, podendo saber até que horas vai chover. Conversamos com algumas pessoas, que tem esse tipo de dificuldade ou lidam com ela de perto, até que achamos nosso personagem chave; a Tereza. Infelizmente ainda não consegui conhece- la pessoalmente, mas pelo que os outros integrantes do meu grupo disseram , ela é arretada. Pelo telefone pude perceber isso, eu fui meio que a intermediadora dos encontros dela com meus amigos, valeu...... aprendi muito e ainda devo uma ligação para agradecer sua ajuda. Bom, ai vai um trecho da entrevista que fiz com a Tereza pelo telefone e com outras pessoa que colaboraram para o trabalho sair.


Pesquisa de Mercado


Entrevista com a “ Pessoa Chave”

Teresa Mariano dos Santos,51, trabalha há dois meses como massoterapeuta na empresa Dedic, localizada na Av Paulista. Carioca de sangue e coração, veio para São Paulo ainda pequena onde se casou e construiu família. Mas o caminho Rio-São Paulo que ela percorreu para chegar até aqui, não foi tão fácil assim. “ Sofri um acidente de carro quando tinha 12 anos, foi lá no Rio mesmo, estava com meus pais. Acabei tendo umas complicações e ficando cega” conta. Depois desse dia a sua vida tomou rumos diferentes, um deles foi ser uma das alunas do colégio Benjamim Constant, próprio para esse tipo de deficiência. Mesmo no processo de adaptação, Teresa não conseguia aceitar o fato de não enxergar e diz que essa rejeição foi o maior obstáculo que encontrou. “ A gente nunca aceita, né. Foi uma adaptação tão difícil que só comecei a me acostumar com as pessoas quando mudei para cá.”
No ano de 1998, começou a participar dos cursos de informática oferecidos pela fundação Bradesco, usando apenas um gravador para entender as aulas e hoje graças aos novos recursos tecnológicos, ela consegue Ter acesso a qualquer tipo de informação. “ Faço tudo que uma pessoa com visão faz, só que tem coisas que são próprias para minha convivência.” explica. Teresa como outras pessoas com problemas visuais, partilham de um problema em comum; os obstáculos que existem para se locomoverem. De acordo com ela, que só utiliza transportes públicos, os novos modelos de ônibus não são uma exceção para as dificuldades. “ Tenho muita dificuldade, porque existem agora muitos modelos de ônibus com espaço para caderante, que atrapalha, pois não tem onde se segurar. O motorista ajuda, mas mesmo assim existem buracos”. Apesar de terem calçadas com pisos tátil, como no caso da Paulista e da Vergueiro, Teresa reclama do mau uso delas na rua e no metrô. “Na estação Marechal Deodoro, o piso esta colocado errado. Tem muito Deficiente Visual que não aprendeu a andar neles. É preciso ser ensinado, eu por exemplo só aprendi agora” reclama. Ela mora na periferia da capital, e para chegar até o trabalho tem que pegar três conduções, alem disso o trajeto que ela faz até conseguir alcançar a lotação ou o ônibus, envolve buracos nas calçadas e risco de atropelamento. “Tem que ir pela via publica para atravessar, para achar o ponto de ônibus é difícil porque ele é fino e facilita bater a cabeça”. Comenta. Casada há 10 anos e com um filho de 28, Teresa fez um curso de dois anos para fazer massoterapia, ela que antes trabalhava como camelo nas ruas cariocas, hoje conseguiu superar muitas perdas no seu caminho. Mesmo assim ela ainda enfrenta barreiras e não só nas ruas ou nos ônibus, mas sim de um sistema fraco e despreparado.


Dados Secundários

Para complementar nossa pesquisa, visitamos portais da Web e paginas de relacionamentos. Muitas pessoas com deficiência, fazem encontros virtuais para discutir sobre dificuldades e novos recursos, apesar de não conseguirmos entrar em contato com nenhum deles, percebemos através do perfil de cada fórum a importância do assunto. Cada site encontrado, eram coletados dados para busca de fontes, como no caso da Dorina Nowill. Na mídia conseguimos encontrar bastante resultados sobre o tema, principalmente sobre a integração desse grupo no mercado de trabalho. Ambas as entrevistadas, conseguiram seus empregos graças a divulgação das empresas na mídia , e claro com a ajuda da televisão. Elisangela Zachi tem 27 anos e trabalha na Editora Globo, ela tem um problema na retina que começou há seis anos “ Eu não conseguia enxergar a lousa da faculdade, achei que era miopia no começo, mas não era” conta ela. Formada em administração com ênfase em marketing, ela conheceu a fundação Laramara, uma associação que visa apoiar a inclusão social e educacional de pessoas com problemas na visão. “ Eu conheço o lugar e as pessoas que fazem trabalho lá, mas nunca fiz nenhum tipo de tratamento ou algo assim” complementa. Lisa, como é chamada entre os colegas, diz que a empresa oferece todos o suporte necessário, como Mouse e Lupa que aumenta sua visão “ Eu convivo como qualquer pessoa, só que preciso de uns recursos a mais. Alem disso sou uma pessoa normal e sou feliz assim” diz.

Entrevista com orgão oficial

Para constatarmos nossa pesquisa, conversamos com João Modesto Junior,25, professor de ginastica laboral da empresa Dedic. Ele é formado em Educação Física e acabou de concluir sua pós em Fisiologia do Exercício “ Já faz quatro anos que dou aula para eles, mesmo com suas limitações tento não diferenciar o processo das aulas” conta. Modesto diz que acha importante os deficientes visuais participarem de suas aulas, pois ajuda na interação social, mental e principalmente física “ A maioria dos cegos não faz qualquer atividade motora fora daqui, por isso é importante não ficar parado”. Durante as aulas, o professor tenta fazer com eles sintam seu corpo e tenham noção de espaço e equilíbrio, mas principalmente para eles terem noção disso la fora “ Nosso equilibrio ta ligado a 75% da visão, agora imagina a dificuldade para Ter essa noção espaçal la fora”. João admite que apesar de perceber que tem coisas especificas para a acessibilidade desse publico, ainda falta muito mais “ Falta tudo, o chão é pessimo para quem tem 100% de visão, imagina para quem é zero. Eles tem que se adaptar a cidade, sendo que na nossa constituição é a nossa cidade que tem que ser adaptada para eles. conclui”.

Comentários

Marcia Parra disse…
Gi, brilhante trabalho, meus parabéns!!!!!
bjks