Visitar o CVV foi uma experiência um tanto quanto interessante, primeiro porque eu tinha uma ideia completamente diferente desse instituto, meu professor de cultura diz que é muito facíl cair no senso comum e essa foi uma da minhas quedas. Depois dessa visita comecei a entender algumas atitudes do ser humano, inclusive a minha. O fato é que essa pauta saiu sem querer querendo no meio da minha apuração sobre o que fazer, eu como de costume estava pensando em que tipo de matéria que podia entrar no jornal da facu, no começo iria falar sobre a nova lei de estágio, mas no meio de tanta burocracia esse assunto ficou meio perdido. Realmente o metrô é um lugar incrível para botar a cuca para funcionar, principalmente agora com aqueles drops multimidia de informação. Bom, estava eu e minha redação mental no maior dilema sobre o que escrever, até que aquela mini aparelho de televisão me deu um sinal; simplesmente vi uma divulgação da linha da vida e perguntei para minha equipe cerebral " Como seria se....." pronto, tinha a pauta na mão.
Como foi um tema delicado, busquei outros meios de pesquisa alem da internet. Graças a um dos editores da minha querida Monet, consegui o livro Queda Livre- Ensaios De Risco do Otavio Frias Filho, em que ele cita em um dos seus ensaios os abismos do suicídio, tema ligado ao senso comum falado anteriormente. A professora gostou e minha pauta passou na penera, o jornal não tem data certo para sair então ela é exclusiva. A verdade é que não gostei do projeto finalizado, achei que faltou emoção e uma serie de coisas que depois da palestra da Eliane Brum percebi.
Por um fio
Você já ouviu falar do CVV? Conheça um pouco desse centro, que salva vidas ao atender o telefone.
De Giovanna Gomes para o Jornal Holofote
Como foi um tema delicado, busquei outros meios de pesquisa alem da internet. Graças a um dos editores da minha querida Monet, consegui o livro Queda Livre- Ensaios De Risco do Otavio Frias Filho, em que ele cita em um dos seus ensaios os abismos do suicídio, tema ligado ao senso comum falado anteriormente. A professora gostou e minha pauta passou na penera, o jornal não tem data certo para sair então ela é exclusiva. A verdade é que não gostei do projeto finalizado, achei que faltou emoção e uma serie de coisas que depois da palestra da Eliane Brum percebi.
Por um fio
Você já ouviu falar do CVV? Conheça um pouco desse centro, que salva vidas ao atender o telefone.
De Giovanna Gomes para o Jornal Holofote
Em uma casa humilde, na região do Jabaquara, está concentrado um dos oito postos do Centro de Valorização a Vida da capital. Localizada na esquina do metrô São Judas, ao lado de um posto policial, o simples habitar de cor azulada se tornou um ponto de referência entre os moradores da região. Na entrada encontra-se uma mensagem que diz: “Aguarde, pois estamos em atendimento.” Dentro, a cor azul permanece, mas o tom escuro predomina. Apesar de simples e pequeno, o lugar interno é composto por três cabines de atendimento e um escritório com uma boa iluminação, o único do local.
Fundado na cidade de São Paulo em 1962, o CVV só foi reconhecido como entidade pública 11 anos depois. O grupo também desenvolve atividades filantrópicas com o Hospital Francisca Julia, onde a principal ajuda vai para os dependentes químicos. Alem de se absterem de qualquer tipo de política e religião.
Cássia, que não quis divulgar seu nome completo, é a responsável pelo posto do Jabaquara e é a porta voz de lá. “ Não só nesse, como nos outros postos regionais, o CVV trabalha com o rodízio dos funcionários. Aqui a escala é de seis plantões, cada um com quatro horas de duração,” explica a porta voz, que atende a estudantes e professores de diversas universidades para realização de trabalhos acadêmicos, além de coordenar um grupo de 30 voluntários.
Com 47 anos de história e 53 postos em todo Brasil, cada posto tem seu próprio Grupo Executivo. Cássia está entre os 2.700 voluntários que trabalham gratuitamente a favor de quem liga, ela é formada em Educação Física e trabalha como autônoma. “ Eu estava curiosa e por isso resolvi ligar para obter mais informações sobre o centro, mas minha vida mudou muito, casei e tive filhos, só consegui entrar para a instituição há mais ou menos três anos,” conta.
O CVV é conhecido em quase todo o país e ainda desperta muita curiosidade entre as pessoas, apesar disso muita gente não sabe de sua trajetória e nem da sua principal missão. “ A maioria das ligações querem ouvir soluções, mas nós não damos, e isso deixa as pessoas irritadas. Agente não interfere na vida de ninguém que liga, só escuta e tenta fazer a pessoa entender o que esta ocorrendo do próprio ponto de vista dela”, explica.
O posto do Jabaquara nem sempre esteve no lugar onde esta hoje, “Aqui era um sanitário, a casa foi cedida pela prefeitura da região. Mas demorou um pouco para mudarmos para cá, primeiro passamos pelo Hospital Saboia e depois pela igreja São Judas,” lembra . O sistema de atendimento usado por eles é baseado nos métodos do reverendo Chad Varah, que após notar um aumento de suicídios em seu país adotou uma técnica que consiste em não aconselhar e nem dar palpites para ninguém, apenas servir de apoio e escutar. “Para isso usamos o método do espelho, que ajuda a pessoa a enxergar seu conflito através do que ela nós conta”, explica Cássia.
Ao contrário do que é dito, as ligações feitas para o CVV não tem haver com suicídio. De acordo com a própria coordenadora, de um milhão de pessoas que solicitam o serviço somente uma delas é suicida. “Atendemos mais de 100 ligações durante o dia, desde solitários, tristes a trotes e enganos. Nosso trabalho é justamente evitar que a pessoa chegue ao ponto de se matar,” afirma. Em cada cabine, os voluntários usam o que eles chamam de “ Triângulos das Bermudas”, um pequeno organograma que os orienta a como dialogar em cada situação. Cássia explica que para obter essas técnicas, todos que começam o estágio são obrigados a fazer o curso de aperfeiçoamento dado pelos próprios funcionários.“ Dura a cada dois ou três meses por ano para quem entrar na equipe, são três horas de aula realizadas nos fins de semana.”. Já para os veteranos é feito reuniões mensais, onde eles expressam suas angústias e fazem simulações de atendimento, sempre mantendo o sigilo de quem liga.
Mesmo sem ajuda do governo, a instituição sobrevive de doações voluntárias, onde a grande parte delas são feitas pelo próprio grupo. Apesar disso, eles participam de dois festivais anuais para arrecadar fundos, o primeiro em Maio e o outro em Outubro. Esse evento existe há mais de cinco anos e ajuda na divulgação do centro, já que os mesmos não tem verba para divulgar na grande mídia. Uma coisa é certa, a instituição está viva até hoje graças ao seus voluntários. Por isso o uso dos critérios para seleciona –los é bem rígido, sendo que a primeira falta sem justificativa significa expulsão. Quem quiser fazer parte dessa equipe, tem que ser maior de idade e se inscrever pelo site www.cvv.org.br.
Fundado na cidade de São Paulo em 1962, o CVV só foi reconhecido como entidade pública 11 anos depois. O grupo também desenvolve atividades filantrópicas com o Hospital Francisca Julia, onde a principal ajuda vai para os dependentes químicos. Alem de se absterem de qualquer tipo de política e religião.
Cássia, que não quis divulgar seu nome completo, é a responsável pelo posto do Jabaquara e é a porta voz de lá. “ Não só nesse, como nos outros postos regionais, o CVV trabalha com o rodízio dos funcionários. Aqui a escala é de seis plantões, cada um com quatro horas de duração,” explica a porta voz, que atende a estudantes e professores de diversas universidades para realização de trabalhos acadêmicos, além de coordenar um grupo de 30 voluntários.
Com 47 anos de história e 53 postos em todo Brasil, cada posto tem seu próprio Grupo Executivo. Cássia está entre os 2.700 voluntários que trabalham gratuitamente a favor de quem liga, ela é formada em Educação Física e trabalha como autônoma. “ Eu estava curiosa e por isso resolvi ligar para obter mais informações sobre o centro, mas minha vida mudou muito, casei e tive filhos, só consegui entrar para a instituição há mais ou menos três anos,” conta.
O CVV é conhecido em quase todo o país e ainda desperta muita curiosidade entre as pessoas, apesar disso muita gente não sabe de sua trajetória e nem da sua principal missão. “ A maioria das ligações querem ouvir soluções, mas nós não damos, e isso deixa as pessoas irritadas. Agente não interfere na vida de ninguém que liga, só escuta e tenta fazer a pessoa entender o que esta ocorrendo do próprio ponto de vista dela”, explica.
O posto do Jabaquara nem sempre esteve no lugar onde esta hoje, “Aqui era um sanitário, a casa foi cedida pela prefeitura da região. Mas demorou um pouco para mudarmos para cá, primeiro passamos pelo Hospital Saboia e depois pela igreja São Judas,” lembra . O sistema de atendimento usado por eles é baseado nos métodos do reverendo Chad Varah, que após notar um aumento de suicídios em seu país adotou uma técnica que consiste em não aconselhar e nem dar palpites para ninguém, apenas servir de apoio e escutar. “Para isso usamos o método do espelho, que ajuda a pessoa a enxergar seu conflito através do que ela nós conta”, explica Cássia.
Ao contrário do que é dito, as ligações feitas para o CVV não tem haver com suicídio. De acordo com a própria coordenadora, de um milhão de pessoas que solicitam o serviço somente uma delas é suicida. “Atendemos mais de 100 ligações durante o dia, desde solitários, tristes a trotes e enganos. Nosso trabalho é justamente evitar que a pessoa chegue ao ponto de se matar,” afirma. Em cada cabine, os voluntários usam o que eles chamam de “ Triângulos das Bermudas”, um pequeno organograma que os orienta a como dialogar em cada situação. Cássia explica que para obter essas técnicas, todos que começam o estágio são obrigados a fazer o curso de aperfeiçoamento dado pelos próprios funcionários.“ Dura a cada dois ou três meses por ano para quem entrar na equipe, são três horas de aula realizadas nos fins de semana.”. Já para os veteranos é feito reuniões mensais, onde eles expressam suas angústias e fazem simulações de atendimento, sempre mantendo o sigilo de quem liga.
Mesmo sem ajuda do governo, a instituição sobrevive de doações voluntárias, onde a grande parte delas são feitas pelo próprio grupo. Apesar disso, eles participam de dois festivais anuais para arrecadar fundos, o primeiro em Maio e o outro em Outubro. Esse evento existe há mais de cinco anos e ajuda na divulgação do centro, já que os mesmos não tem verba para divulgar na grande mídia. Uma coisa é certa, a instituição está viva até hoje graças ao seus voluntários. Por isso o uso dos critérios para seleciona –los é bem rígido, sendo que a primeira falta sem justificativa significa expulsão. Quem quiser fazer parte dessa equipe, tem que ser maior de idade e se inscrever pelo site www.cvv.org.br.
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