Adoção - Sim ou Não?

Continuando minha publicação de todos os trabalhos que faço para a Monet/Super Guia e para Facu, vou colocar aqui uma parte de uma reportagem/entrevista com pais homossexuais que eu fiz o ano passado. Esse texto foi parte de um trabalho acadêmico sobre o processo de adoção feitas por essas famílias , rendeu um puta trabalho e brigas internas que duram até hoje. Desavenças de lado, nosso grupo ganhou a nota mais alta e uma apresentação digna de oscar(kkkk .. Brincadeirinha).


A História

José Roberto e Gerson tinham uma vida aparentemente normal, ambos eram casados e cada um deles era pai. Gerson teve dois filhos do seu casamento de 10 anos e Roberto uma filha do seu relacionamento de 4 anos. Até esse momento eles não se conheciam e não sabiam de fato sobre a homossexualidade. Viraram amigos e acabaram descobrindo juntos uma ligação maior que a amizade que sentiam . “Após quatro anos de casado com uma mulher, eu me separei. Minha filha estava para completar três anos de vida. O Gerson se separou depois de dez anos de casado” comenta Roberto, ou melhor dizendo Beto como gosta de ser chamado, “Nós antes de nos declararmos um para o outro éramos apenas dois bons amigos, até um belo dia após percebemos que a nossa amizade era muito mais do que parecia, os sentimentos estavam cada vez mais ligados, e a falta de estar perto um do outro aumentava, então olhando para ele disse que tinha algo a falar, no mesmo instante ele falou que também havia muito a falar, e começou a dizer que estava sentindo algo diferente, e eu disse também estou sentindo, ai nos declaramos, porém com medo de não ser compreendido e nem correspondido.” acrescenta ele.
Depois da separação e confessar o amor que sentiam, tomaram uma decisão que mudariam para sempre o rumo de suas vidas “Decidimos morar juntos e de nunca esconder o nosso sentimento de ninguém, nos preparamos para tudo e todos, mais deu tudo certo, contamos para todos os amigos, colegas de trabalho, vizinhos e parentes, Para nossa surpresa obtivemos resultados positivos por termos sidos sinceros.”

Batalha

Durante a entrevista Beto deixou claro sua responsabilidade como pai, ele perdeu a guarda da sua filha logo depois do seu divorcio “Quando me separei não foi fácil ficar longe da minha filha, porém fui forte o suficiente para lutar durante quatro anos na justiça para poder estar junto com ela.” O mesmo aconteceu com seu parceiro Gerson, que pelo acordo feito com a mãe só pode ver os meninos á cada 15 dias “Ouvi do juiz que fez a minha separação a seguinte frase: "a sociedade não está preparada para ver um pai homossexual com sua filha passeando por aí.”. Fiquei sem chão, mas não desisti, procurei a Defensoria de São Paulo, expliquei o ocorrido, e entramos com outro processo de Regulamentação de Visitas.” Relembra ele.
Os enteados de Roberto hoje estão com 14 e 9 anos de idade ,eles visitam o pai Gerson a cada duas semanas conforme combinado na justiça. Em maio de 2007 a luta de Beto para obter a guarda da menina acabou tendo um final feliz “Percebemos que havia algo estranho, porem é muito difícil detectar, pois quando os filhos vêm nos visitar, nós sempre os paparicamos, e achamos que as atitudes demonstradas por eles é apenas a carência. Ela estava com problemas psicológicos e quase irreparáveis, pois estava com 7 anos de idade e com faixa etária de 3 a 4 anos de idade.” O Casal estava certo, logo que perceberam que sua filha estava com problemas psicológicos entraram com um mandato de busca e apreensão e com ajuda de um oficial conseguiram trazer a menina para casa “ Hoje minha filha esta muita bem, continua com acompanhamento psicológico devido aos comportamentos da mãe.”


Família e Filhos

Questionado sobre a representação dos filhos e da família em sua vida, José Roberto é objetivo “Gostaria de dizer que ser pai é acima de tudo ser responsável, amoroso e dedicado. Sabemos que um filho é um pedaço enorme de nós. Nos dias de hoje posso garantir á todos que cria- los não é tão simples assim, precisa ter muito jogo de cintura, pois não é nada fácil para pais que trabalham para sustentar a família, terem que sair para trabalhar e deixa- los com as babás ou alguém de sua confiança.” Beto se emociona ao contar quando soube que seria pai “Desde que soube que iria ser pai, meu coração começou a bater de um jeito diferente e inexplicável, e quando minha filha nasceu minha vida teve mais sentido, tudo mudou, tive me alegria em viver, foi uma dádiva de Deus.
Tive que me dedicar mais, viver mais, amar mais.”


Homossexualidade e Preconceito

Homossexualidade é o assunto chave da nossa conversa, o casal é bem receptivo quando se trata da opção sexual deles. Isso porque eles já sentiram na pele o preconceito das pessoas em relação a sua união patrimonial e principalmente pelo convívio com os filhos “Sobre a homossexualidade não tem como ser mantida em segredo eterno, mais cedo ou mais tarde a verdade vem a tona, e é revelado quem realmente somos, e a única diferença que sou um homem que amo muito um outro homem. E um filho acaba entendendo, quando definimos quem somos, Quando um pai homossexual, é verdadeiro e natural com seus filhos, ele passa a ser visto com naturalidades, pois o amor entre os pais e filhos nunca muda em relação a sexualidade. O preconceito só existe naquelas pessoas que não sabe o valor do verdadeiro amor”.



......... E o oscar vai para













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